Se tivesse que resumir esta experiência em apenas uma palavra, a mais adequada sem duvida seria " enriquecedora " mas mais palavras podem ajudar a descrever o que vi, o que percorri e o que passei tais como , solidariedade, entreajuda, companheirismo e muito espírito de sacrifício.
Milhares de pessoas com um objectivo em comum, era impossível alguém se sentir sozinho e desamparado.
Todas as pessoas por quem passei cumprimentavam, saudavam, tinham sempre pronta uma palavra de apoio e de incentivo sem falar nos vários acampamentos da cruz vermelha e vários grupos de apoio ao peregrino com águas, sumo, fruta e sempre preocupados em se inteirarem do estado dos peregrinos. Por mim é uma experiência que quero repetir, mas tenho que arranjar novos companheiros porque os desta viagem ( minha mãe e meu irmão) já disseram que não voltam a repetir :-) .
1º Dia (9 de Maio)
Partida á hora marcada, 7 da manhã em Belas.
Ainda nem 1 quilometro tínhamos percorrido e encontramos 2 pessoas que também iniciavam a sua viagem. O caminho por eles escolhido era diferente por isso a companhia foi curta, mas foi bom ver logo no inicio alguém que tal como nós iniciava também a sua caminhada.
O dia aqueceu depressa e os quilómetros foram ficando para trás, Loures foi ficando cada vez mais perto e um bocado depois começámos a ver Alverca cada vez mais perto e com ela a pausa para Almoçar. A pausa não foi nada benéfica, muito pelo contrário, foi difícil voltar a entrar no ritmo, o calor também não ajudava mas lá conseguimos seguir o nosso caminho até Vila Franca de Xira onde demos por encerrado o primeiro dia.
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Algures entre Loures e Alverca |
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Portagens de Alverca |
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Chegada de Vila Franca de Xira |
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Resumo do dia |
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Mapa do percurso do 1º dia |
2º Dia (10 de Maio)
Acordámos cedo, ainda tínhamos uma pequena viagem até ao ponto de partida deste 2º dia e achámos por bem começar mais cedo pois previa-se que o calor fosse maior do que no 1º dia.
O inicio custou muito, as pernas acusavam os 40 quilómetros do dia anterior, e foram precisos uns valentes metros para as dores começarem a acalmar. A partir de Vila Franca de Xira o número de peregrinos foi aumentando cada vez mais, em relação ao percurso, sentia-me em casa, principalmente a partir do Carregado, ou não percorresse ( de carro) estes caminhos todos os dias para ir trabalhar nos últimos 7 anos. Ao chegar a Azambuja fizemos uma pequena pausa para um café e ir ao WC, continuámos já com um calor intenso até que chegámos ao Cartaxo e demos por concluído o 2º dia desta aventura.
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Estação de Comboios da Azambuja |
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Chegada ao Cartaxo |
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Resumo do 2º dia |
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Mapa do percurso do 2º dia |
3º Dia (11 de Maio)
Foi possivelmente o dia mais complicado, o dia anterior tinha ficado um pouco aquém do esperado em termos de quilómetros e para ajudar a festa o cansaço era maior assim como o calor e tivemos que acordar mais cedo pois o local de partida ficava cada vez mais longe de casa e devido ao calor forte convinha começar o mais cedo possível. Começámos por atravessar o Cartaxo em direcção a Santarém o que não foi nada fácil, principalmente atravessar Santarém o que obrigou a algumas voltas uma vez mais debaixo de um calor intenso como é normal para aquela zona. Com dificuldade atravessámos Santarém em direcção a Pernes onde iríamos dar por terminado o 3º dia. A juntar ao cansaço acumulado o 3º dia fica marcado por muita subida e muito, muito calor.
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A chegar a Santarém |
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Chegada a Pernes |
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Resumo do 3º dia |
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Mapa do percurso do 3º dia |
4º Dia (12 de Maio)
Inicialmente tínhamos pensado em começar este dia apenas da parte da tarde uma vez que iríamos ficar para assistir à procissão das velas, mas mais uma vez devido ao calor que se fazia sentir achámos melhor começar logo cedo e fazer uma pausa pela hora de almoço onde a intensidade do calor também seria maior.
Se neste dia o cansaço era já mesmo muito, levávamos mais de 100 quilómetros percorridos, o facto de sabermos que neste dia iríamos chegar ao nosso destino dava-nos ânimo e força para o que ainda faltava percorrer.
O dia começou com muita subida e assim se manteve durante grande parte dos primeiros 20 quilómetros. A chegar a uma localidade chamada Minde havia uns atalhos por terra batida e percursos tipo trail que não foram nada fáceis de ultrapassar, principalmente para a minha mãe, que obrigaram a duas paragens curtas para descansar e recuperar o fôlego. Atravessada a localidade de Minde, o meu pai, o nosso carro de assistência esperava-nos a uma bela sombra com uma refeição que soube muito bem. Descansámos um bocado e cerca de 1 hora depois começámos a percorrer os 12 quilómetros finais, quanto mais perto de Fátima maior o numero de peregrinos como irão poder ver numa das fotos a seguir.
Finalmente chegámos ao destino, o cansaço passou a segundo plano, a alegria por termos conseguido era muito maior. Há muito tempo que não ia a Fátima, o ambiente é único e o ar que se respira lá é reconfortante, respira-se fé...
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Dezenas de peregrinos rumo a Fátima |
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Bermas preenchidas... |
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Não se vê bem, mas a coluna de peregrinos continua para lá da curva...eram mesmo muitos |
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Já no santuário, acabadinhos de chegar. O dedo da senhora que tirou a foto também ficou na fotografia :-) |
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Imagem do Santuário ainda com pouca gente |
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As minhas 4 velas a arder |
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Procissão das velas, imagem linda, Santuário iluminado |
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Resumo do 4º dia |
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Mapa do percurso do 4º dia |
Resumindo, foi uma experiência enriquecedora e gratificante que como já disse espero repetir, em 2017 vem cá o Papa Francisco e parece-me uma excelente data.
Gostei muito, pelo que percorri, pela oportunidade de ver com os meus próprios olhos que temos um País muito bonito e por ter presenciado tanta solidariedade, entreajuda e principalmente tanta fé.
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