terça-feira, 17 de novembro de 2015

Maratona do Porto 2015



Quando comecei a correr, em Março de 2014, se me dissessem que em 2015 ia correr uma Maratona possivelmente diria que não, se me dissessem que ia correr duas Maratonas então aí diria com toda a certeza que não, muito menos com um espaço tão curto entre elas.

Mas vamos por partes, eu para este ano planeei fazer a Maratona de Lisboa, ir ao Porto foi algo que surgiu ainda antes da Maratona de Lisboa e por infelicidade (lesão) de um amigo meu que o impediu de treinar e estar presente.
Mesmo sabendo que iria estar no Porto, o meu objectivo principal continuou a ser Lisboa, foi esse o objectivo que tinha traçado no inicio deste ano e não o alterei apesar de alguns treinos menos conseguidos. Só comecei a pensar no Porto uma semana depois da Maratona de Lisboa e de uma forma muito superficial, fui vendo o percurso, tomando conhecimento das alterações em relação ao ano passado, fui me informando onde o autocarro nos iria deixar etc…

Á semelhança de Lisboa, o tempo passou depressa e o dia cada vez estava mais próximo, não disse praticamente a ninguém que ia ao Porto, sabia apenas a minha mulher, a minha mãe e 3 amigos, preferi assim para evitar “sermões” antecipados!!
Chegado o dia o meu irmão que também estava no Porto nesse fim de semana foi me levar ao local de partida, fui logo para a fila do wc :-) e depois fui calmamente andando para o separador das 4 horas, se não me engano, até porque não estava minimamente preocupado com o tempo da prova. O meu plano era simples, ia apenas com o objectivo de conhecer o Porto de uma forma diferente, tentar conhecer o máximo que fosse possível, se não estivesse bem podia sempre seguir para a meta aos 15Km juntamente com os participantes da FamilyRace.
Dada a partida e lá ia eu no que iria ser a minha segunda Maratona, não conhecia muito do Porto por isso para mim cada metro era novidade e ver as ruas cheias de gente a apoiar a puxar pelos atletas foi algo muito bonito de ver, tanto que ás vezes até me esquecia que ia a correr :-) Os quilómetros iam passando e as ruas sempre cheias de gente, uma moldura humana fantástica. Depressa chegaram os 15Km e com eles a altura de decidir o que ia fazer, confesso que aos 15 ia cansado como se fossem uns 25, o calor não ajudava, mas na verdade não me sentia ainda tão mal ao ponto de ficar por ali e não sendo vergonha nenhuma se ali ficasse a verdade é que a palavra que me passava pela cabeça era “desistir” e não era isso que queria e assim sendo continuei, mas activando um plano de “sobrevivência”.
Em Lisboa tive dor de burro sensivelmente aos 22Km, e não quis voltar a sofrer do mesmo, então decidi que nos abastecimentos parava, bebia água, powerade (se houvesse) tomava o gel, resumindo, tudo o que tinha direito, andava uns metros para descansar um pouco e seguiria até ao próximo abastecimento, em 5km andava uns 500 metros e corria o restante até ao próximo abastecimento.
Ao chegar aos 20 quilómetros senti-me bem por ter tomado a decisão de continuar, estava a correr com uma vista linda, acompanhado pelo rio e nem mesmo o calor cada vez mais forte me fazia pensar que tinha tomado a decisão errada, o apoio também não parava o que foi uma enorme ajuda. Perto dos 21Km passou por mim o líder da prova, destacadíssimo, e a partir daqui o pensamento era, metade já foi e lá continuei em direcção á Ponte D. Luis, a pequena subida de acesso á ponte quase me matou J mas valeu o esforço, gostei muito de correr em cima da ponte o pior foi quando cheguei ao lado de Gaia, aquela calçada fez mossa e não foi pouco, comecei a ver gente pelos passeios e fiz o mesmo. O lado do rio mudou, mas a vista não, estava mesmo a gostar de correr ao lado do rio, chegado o ponto de retorno, vou novamente em direcção á ponte, uma vantagem de ter dorsal personalizado (um dos muitos pontos de melhoria para Lisboa) foi que pelo menos 3 vezes ouvi pessoas que não conhecia de lado nenhum a gritar o meu nome, o que é sempre bom mais ainda numa fase já avançada e de cada vez maior cansaço.
Fui seguindo com o meu plano nos abastecimentos, ao contrário de Lisboa, piquei o ponto em todos e fartei me de beber powerade. Não sei se foi por estar num sitio diferente, se foi por já ter feito uma Maratona antes desta, apesar de há pouco tempo, mas acho que até cerca dos 37Km me custou menos o Porto do que Lisboa, é certo que em Lisboa ia também mais “pressionado”, aqui parei mais vezes e não havia zonas sem publico o que também contribuiu para isso. Os últimos quilómetros é que já custaram e muito, da cintura para baixo já me doía tudo, mas já tinha chegado até ali não ia desistir tão perto do final, já só pensava na meta, na camisola de finisher :-) e ter a Aurora Cunha a puxar por nós no final é outro nível :-)

Grande vista...

Pelo relato que fiz, acho que se percebe em alguns pontos que gostei mais da Maratona do Porto do que Lisboa, se bem que há também alguns pontos de melhoria para o Porto, nomeadamente a partida, não de justifica uma curva assim ao fim de uns metros o que obrigou os atletas a parar mal tinham começado a correr. Como não bebo não me vou queixar da garrafa de vinho do Porto que desta vez não existiu, mas compreendo o simbolismo da garrafa e que a sua ausência tenha causado descontentamento entre grande parte dos atletas. Para terminar acho que aquela subida final de 200 metros na Av. da Boavista era escusada. Apesar destes pontos ADOREI esta Maratona e fiquei com muita vontade de lá voltar e acho mesmo que para o Ano vou trocar Lisboa pelo Porto, mas para já vou por de lado as Maratonas, duas em três semanas chega :-) o objectivo para já é melhorar nas distâncias mais curtas.

4 comentários:

  1. Atleta corajoso! :)
    Uma vez mais, muitos parabéns. Pelo feito e pela loucura :)

    Um abraço bi-maratonista!

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    1. :-) obrigado João. Agora chega de loucuras nos próximos tempos.

      Abraço

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  2. Boa Tiago, muitos parabéns pelas duas Maratonas. A forma como encaras-te esta foi a mais correcta. Muito bom.
    Abraço

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